quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Tripes nas Plantas

  • Conhecendo e Combatendo as Pragas

  • T R I P E S

  • Nome Científico: Thysanoptera
  • Nomes Populares: Tripes, Trips, Lacerdinha
  • Ordem: 
  • Classe: 
  • Filo: 
  • Reino: 
  • Partes Afetadas: ,
  • Sintomas: Folhas das plantas tornam-se pálidas, manchadas, com tonalidade bronzeada ou prateada e depois caem, Brotos tornam-se retorcidos, Flores e frutos ficam feios, com cicatrizes e pequenos.



Foto: Scot Nelson


  • Os tripes são insetos muito pequenos, muitas vezes perceptíveis apenas quando os sintomas na planta já são evidentes. Eles apresentam corpo estreito, alongado, com aparelho bucal do tipo sugador, formado por uma única mandíbula, a esquerda, e duas lascíneas. Além disso possuem dois pares de asas franjadas, apesar de não serem muito especializados em voar. As cores variam bastante, e há espécies de cor marrom, preta, amarela, branca, laranja, etc. A maioria das espécies de tripes são fitófagos, ou seja, sem alimentam de plantas. Há também espécies predadoras e outras micófagas (comem fungos).

  • Pertencentes à ordem Thysanoptera, os tripes ainda se dividem em duas subordens, a Terebrantia, que apresenta um ovipositor externo e em forma de serra para colocar os ovos dentro das folhas das plantas, e a Tubulifera, que possui o último segmento abdominal em forma de tubo e não apresenta ovipositor externo. Esta última põe os ovos em grupos, sobre as folhas. Os tripes se reproduzem de forma sexuada ou por partenogênese, ou seja, não é preciso ter mais que um indivíduo para que se multipliquem. A eclosão pode levar um dia ou algumas semanas, de acordo com a espécie e as condições ambientais. As formas jovens ou ninfas, costumam ter coloração mais clara, não possuem asas e se alimentam da seiva das plantas. Após completarem dois ou três estágios larvais, muitas caem no solo para pupar e se tornam adultos. Podem ocorrer de 12 a 15 gerações de tripes por ano e o ciclo completo de ovo a adulto pode levar 16 dias apenas, no auge do verão.

    Os tripes são uma praga frequente em lavouras, jardins, viveiros e estufas. Elas provocam danos às plantas ao sugar sua seiva e raspar seus tecidos. As folhas das plantas tornam-se pálidas, manchadas, muitas vezes com tonalidade bronzeada ou prateada e depois caem. Os brotos tornam-se retorcidos. As flores e frutos ficam feios, com cicatrizes, pequenos e perdem valor de mercado. Das plantas de jardim, os gladíolos, as rosas, as azaléias, os rododendros, os impatiens, os crisântemos, os copos-de-leite, os louros, as petúnias, as fotínias e as íris, entre outros, são bastante suscetíveis. Na horta, os tomateiros, as cucurbitáceas, os morangos e as cebolas são os mais atacados. Os tripes também são responsáveis por transmitir o vírus do “vira-cabeça” do tomateiro e a “mancha-necrótica” do impatiens, entre outros vírus do gênero Tospovirus.

    A prevenção e controle regular dos tripes deveria fazer parte da manutenção periódica do jardim. A remoção de restos de podas, principalmente das aparas do gramado, reduzem os locais onde os tripes podem se desenvolver rapidamente. Folhas secas não servem para os tripes, mas as folhas verdes sim. Desta forma, antes de utilizar as aparas como cobertura morta, faça a compostagem em local adequado. A inspeção regular das plantas à procura de pragas e doenças pode revelar os primeiros sinais do ataque, para que se faça um controle efetivo antes que seja tarde demais. Procure por danos e por aglomerados de pragas próximos às bainhas foliares e pecíolos. Microscópio e Lupas podem ser úteis nessa função. Uma boa idéia é sacudir o ramo suspeito sobre uma folha de papel branco. Ninfas ou adultos podem cair no papel e serão visualizados com maior facilidade. Este cuidado é de extrema importância quando trazemos plantas novas para o nosso jardim. Nestas a observação deverá ser mais acurada e as plantas atacadas devem ser destruídas e corretamente descartadas (enterrá-las fundo com cal ou pelo fogo) de forma imediata. O uso de armadilha adesiva azul são interessantes para o diagnóstico e controle da fase adulta dos insetos. Mas fique atento, muitos adultos nas armadilhas, assim como em flores, não significam obrigatoriamente que alguma ação é necessária. Algumas espécies se alimentam unicamente de pólen e fazem um importante trabalho de polinização. Se não houver danos às plantas, os tripes podem estar em equilíbrio e a utilização de algum controle pode afetar este delicado equilíbrio natural.

    Os tripes costumam infestar os jardins em épocas secas e quentes. Eles migram de terrenos baldios, onde se mantém nas plantas espontâneas e invasoras. Mantenha seu jardim com as ervas daninhas sob controle, coloque as espécies suscetíveis longe das fronteiras do terreno e se possível utilize barreiras físicas ou mesmo cercas-vivas para proteger o jardim de infestações maciças. Outro ponto importante é cultivar sempre plantas bem adaptadas aos locais escolhidos. Plantas de sol que permanecem na sombra, por exemplo, podem enfraquecer rapidamente e se tornarem suscetíveis aos ataques de tripes. Escolha variedades resistentes e mantenha as plantas saudáveis e vigorosas, bem adubadas e irrigadas, que suas defesas estarão naturalmente reforçadas. Em hortas, faça sempre a rotação das culturas, evitando plantios novos próximos de antigos.

    O controle biológico dos tripes pode ser realizado com a utilização de parasitas como vespas (Megaphragma mymaripenne e Thripobius semiluteus)predadores como percevejos (Orius spp,Macrotracheliella spp), crisopídeos (Chrysoperla spp), ácaros predadores (Amblyseius spp eEuseius) e joaninhas (Hippodamia convergens). Inseticidas biológicos como os fungos Beauveria bassiana ou Verticillium lecanii também podem ser efetivos para as diferentes fases do ciclo dos tripes.

    Em alguns casos, inseticidas podem ser utilizados. Mas é importante saber que eles não são muito efetivos contra os tripes, além de prejudicarem também insetos úteis e os inimigos naturais. Nos jardins, os inseticidas piretróides, óleo de neem, fumo liquido e calda de sabão são auxiliares no controle. Dirija o jato inseticida para a face inferior das folhas e onde elas se inserem nos ramos, como bainhas e pecíolos. Outros inseticidas requerem sempre a orientação de um engenheiro agrônomo.

  • Alerta:
  • Algumas espécies de tripes podem picar. Em geral a pele fica irritada e nenhum outro cuidado se faz necessário. Em caso de alergia, o médico deverá ser procurado.

  • Autor: Raquel Patro
  • Fonte: http://www.jardineiro.net/



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